Igreja de São Mamede do Coronado
A Igreja Paroquial de São Mamede do Coronado
Segundo
as pesquisas elaboradas sobre a Paróquia de São Mamede do Coronado, sabe-se que se apelidaria esta terra como termo de villa, designação que sobreviveu ao longo do tempo até chegar à fundação do Estado
Português. Este conceito é associado à villa de Cornato, pois existe um
documento datado em 1013 que diz respeito a uma doação por parte da Dona Unisco
Mendes, que provinha dos mosteiros de Leça do Balio e de Vermoim, ao Abade do Mosteiro de Vacariça. Documento este que se refere que a mesma concedeu todos
os seus pertences na villa de Cornato à Igreja. As terras de São Mamede, tendo
em conta o Direito Dominical, pertenciam aos monges beneditinos do Mosteiro de Santo
Tirso.
Não
existe a confirmação se São Mamede nesta altura era considerado uma Freguesia
ou uma Paróquia. Hoje, estes termos evoluíram e tomam significados diferentes, mas
naquele tempo o termo significava uma comunidade de fiéis.
A indicação da expressão "Villa Cornato", pode desde logo significar também que se tratava de um povoado com alguma importância (...) sobretudo quanto ao que seria o seu aglomerado populacional, termo característico e oriundo da tradição castreja, mormente dos povos invasores, suevos, visigodos e depois romanos (COSTA, 2016, p. 29).
Esta freguesia sempre se destacou pela importância dada à atividade agrícola, à carpintaria e a marcenaria. Tendo como base a informação que consta no site da Paróquia de São Mamede do Coronado, a Igreja Matriz é um edifício de planta regular desproporcionalmente alongada. Sofreu algumas alterações ao longo do tempo. No frontão, está inscrito o ano de 1777, e pode supor-se que tenha sido o ano em que foi levada a cabo uma grande restauração no templo. Além disso, nos documentos desta época é referida a antiguidade da igreja. Segundo o Abade Bartolomeu, pároco de S. Mamede do Coronado, a Igreja hé de uma só nave e de cantaria lisa por fora onde a simplicidade da arquitectura mostra a antiguidade do edifício (Costa, 2016, p. 57).
A Igreja de São Mamede é composta por uma nave única e uma torre sineira adossada. Enquanto, a fachada principal, voltada a nascente, se compõe com pilastras e cornijas de granito de traços barrocos, o portal principal rematado pelo frontão em arco de volta perfeita, leva a já mencionada inscrição "1777".

Anexadas à fachada sul do edifício, encontram-se uma pequena capela e a sacristia. Em volta do templo ergue-se um muro de granito que delimita o adro. No interior da Igreja é possível observar pinturas policromas de motivos sacro-simbólicos e quatro painéis figurativos que aludem à vida e martírio do Menino e Mártir, São Mamede, desde o seu nascimento ao seu martírio, passando pela sua pregação no deserto e sentença por parte do Imperador Aureliano. Do lado direito da nave, erguem-se os altares de Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora das Dores e Sagrado Coração de Jesus. Ladeando o altar da Virgem Dolorosa, veneram-se ainda São Cristóvão e Santa Rita de Cássia. Por sua vez, a ladear a imagem do Sagrado Coração de Jesus, estão Santa Teresinha do Menino Jesus e Nossa Senhora da Saúde.

No lado oposto, encontram-se os altares da Aparição de Nossa Senhora do Rosário a São Domingos e Santo António. O primeiro é ladeado pelo Mártir São Sebastião e Santo Amaro, ao passo que o altar do Padroeiro Secundário de Portugal, comporta ainda a imagem de Santa Luzia de Siracusa.


É importante ainda referir, do mesmo lado, a existência de uma espécie de gruta na parede que representa a Aparição de Nossa Senhora a Santa Bernardette Soubirous, na gruta de Massabielle, em Lourdes, França. Nas paredes, sobre peanhas, veneram-se ainda São Martinho, São Roque, São José, São Brás, Nossa Senhora do Bom Sucesso e Nossa Senhora da Conceição.


Em relação ao altar-mor, este é em talha branca com alguns pormenores em dourado. Não podendo faltar a representação de Cristo Crucificado, figuram ali as imagens do Mártir São Mamede de Cesareia e do Abade São Bento. Relativamente ao teto da igreja, considere-se que este é em caixotões e possui temática eucarística, representada ao longo de inúmeros painéis.

Bibliografia Consultada:
AA. VV. (a). (s/d). Freguesia de São Mamede do Coronado, Breve Historial. Trofa: Junta de Freguesia de São Mamede do Coronado.
COSTA, A. (2016). A Vila de Coronado, S. Mamede e S. Romão de Coronado - elementos da sua história antiga e moderna. Trofa: ACD PRINT.